quinta-feira, 27 de junho de 2013

Conter novas drogas é o maior desafio da atualidade, diz ONU

Com efeito devastador e acesso cada vez mais facilitado, as chamadas Novas Substâncias Psicoativas (NSP) se espalham pelo mundo e se consolidam como o maior desafio no combate ao uso de drogas. Esse foi o diagnóstico do Relatório Mundial sobre Drogas, apresentado ontem pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Segundo o documento, enquanto o consumo de drogas tradicionais – como maconha e cocaína – estabilizou, o número das novas sustâncias cresceu 50%, passando de 166, no fim de 2009, para 251, em meados de 2012.


“Parece haver um declínio no uso de drogas tradicionais em algumas partes do mundo, mas o uso de medicamentos prescritos e de novas substâncias psicoactivas está crescendo”, afirmou o diretor executivo do UNODC, Yury Fedotov.

Como exemplo, o relatório traz a ketamina, substância anestésica usada há mais de 70 anos em animais de grande porte. Outro químico que se populariza no mundo é a benzidamina. O medicamento tem propriedades analgésicas e anestésicas e é usado no tratamento de inflamações da boca e da garganta. Em doses elevadas, ele é usado indevidamente no Brasil e em outros países como um estimulante do sistema nervoso central e delirante (classe especial de alucinógenos). Nesse contexto, sais de banho e até fertilizantes para plantas são inalados como se fossem cocaína.
Praticidade. O doutor em prevenção e tratamento do abuso de drogas Amadeu Roselli Cruz explica que usuários e traficantes estão cada vez mais buscando praticidade e economia. “Nos próximos 30 ou 50 anos, vai cair o uso de drogas que precisam de um terreno grande para ser plantadas, como a maconha e a coca”, afirmou.
Cruz explica ainda que os usuários conseguem, com essas substâncias, efeitos semelhantes aos das drogas convencionais. “A opção de consumo vem da necessidade de ter uma droga mais barata, que não demanda muita logística”, explicou, ressaltando que muitas dessas drogas chegam ao mercado após roubos de carga e que é possível ter acesso a muitas delas até mesmo em farmácias.

Fonte: Jornal o tempo

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